O sacerdócio dos fiéis


Primeiro, não só os padres são sacerdotes; pois todos os batizados também o são, ainda que de outra forma. Todos os batizados, por participarem do único sacerdócio de Cristo, constituem o povo sacerdotal. Os batizados são sacerdotes no seu ser, enquanto são configurados a Cristo, uma vez que são enxertados em seu Corpo, a Igreja, como membros vivos de Cristo. Os batizados são sacerdotes em seu agir, porque no exercício dos três múnus agem em nome de Cristo, quando santificam suas vidas e o mundo com os sacramentos da Vida; quando ensinam e praticam a Palavra da verdade; quando guiam e animam a comunidade no Caminho da caridade. Por isso, quando chamamos os padres de sacerdotes, não podemos esquecer que o seu sacerdócio é um serviço ao sacerdócio comum dos fiéis. Sobre a relação entre o sacerdócio comum dos batizados e o sacerdócio ministerial dos padres, diz a Lumen Gentium: “O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial ou hierárquico ordenam-se um ao outro, embora se diferenciem na essência e não apenas em grau. Pois ambos participam, cada qual a seu modo, do único sacerdócio de Cristo. O sacerdote ministerial, pelo poder sagrado de que goza, forma e rege o povo sacerdotal, realiza o sacrifício eucarístico na pessoa de Cristo e o oferece a Deus em nome de todo o povo. Os fiéis, no entanto, em virtude de seu sacerdócio régio, concorrem na oblação da Eucaristia e o exercem na recepção dos sacramentos, na oração e ação de graças, pelo testemunho de uma vida santa, pela abnegação e pela caridade ativa” (LG 10). Os padres, portanto, são sacerdotes, enquanto servidores do sacerdócio dos fiéis.
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